Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca

Cardiologia

A insuficiência cardíaca, conhecida também como “coração fraco”, acontece quando o músculo cardíaco não consegue bombear sangue o suficiente para o restante do corpo. Essa incapacidade pode estar relacionada ao enrijecimento dos ventrículos ou ao enfraquecimento do músculo cardíaco, geralmente decorrentes de outras condições de saúde, como infarto e pressão alta, por exemplo. 

A doença, que acomete cerca de 2,8 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, pode apresentar sintomas inespecíficos. Por isso, muitas pessoas demoram para receber o diagnóstico e, consequentemente, o tratamento. Porém, de acordo com a REBRIC, 50% dos pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca morrerão em até 5 anos. Os dados são alarmantes e o tratamento adequado é fundamental para devolver qualidade e tempo de vida aos pacientes.

Dessa forma, pacientes com insuficiência cardíaca precisam de um acompanhamento periódico. Pensando nisso, o Hospital SOS Cárdio desenvolveu o Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca. Abaixo, detalhamos melhor como funciona.

Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca do SOS Cárdio 

Pacientes com o coração fraco, como é popularmente chamada a insuficiência cardíaca, costumam passar por internações hospitalares recorrentes. Contudo, a internação hospitalar é um fator de um prognóstico ineficiente, no caso da insuficiência cardíaca. 

“Quando o paciente precisa de uma internação, significa que já está em um momento mais delicado e de maior instabilidade. O ideal, então, é dar condições de saúde ao paciente para que não precise ser internado.” – Dra. Luciana Simoni (CRM 18066 | RQE 13705), Cardiologista Clínica e Coordenadora do Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca do SOS Cárdio.

Desta forma, o Hospital SOS Cárdio implantou o Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca. Com a sua adoção, o objetivo é diminuir a quantidade de internações e sua duração, quando forem necessárias. Além disso, objetiva também melhorar a qualidade de vida dos pacientes que sofrem com a doença. 

Como funciona o programa

No Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca, há um protocolo de atendimento e acompanhamento específico aos pacientes com “coração fraco”. Assim, a conduta é adotada já no Pronto Atendimento do Hospital SOS Cárdio (Emergência). Segue também durante a internação hospitalar e, depois, para um acompanhamento ambulatorial por 90 dias. Esta assistência é complementar ao tratamento do Cardiologista Clínico do paciente. 

Acompanhamento Ambulatorial

O acompanhamento ambulatorial do Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca é complementar ao atendimento do Cardiologista Clínico do paciente. Dessa forma, destina-se, principalmente, ao ajuste de medicações e à orientação quanto à adoção de medidas importantes para a estabilidade da condição de saúde. 

“Em alguns casos, durante a internação, um paciente com insuficiência Cardíaca pode precisar de doses altas de diurético, por exemplo. Se esse medicamento for mantido até ser realizada uma nova revisão, o que pode durar de 1 a 2 meses, o paciente pode ter insuficiência renal, pressão baixa, entre outros problemas. Desta forma, é importante reajustar as medicações em intervalos mais curtos, após uma internação.” – Dra. Luciana Simoni (CRM 18066 | RQE 13705), Cardiologista Clínica e Coordenadora do Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca do SOS Cárdio.

A proposta do Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca é de que o paciente já tenha uma consulta agendada de 7 a 14 dias a partir da sua alta hospitalar. Através desse modelo de acompanhamento, que garante uma revisão precoce, o médico consegue realizar ajustes no tratamento e orientar os pacientes quanto à adoção de hábitos importantes, o que melhora a recuperação do paciente.

Equipe Multidisciplinar

Outro diferencial do programa, é que o suporte de uma equipe multidisciplinar. O Programa conta com o atendimento de outros especialistas, como fonoaudiólogo, nutricionista e psicólogo, que colaboram com a melhor evolução do paciente com Insuficiência Cardíaca. 

A adesão ao tratamento e a adoção de medidas complementares, de hábitos de vida, são fundamentais para quem tem o “coração fraco”. Cuidados com a alimentação, como a restrição de sal, por exemplo, é muito importante. O paciente pode até ser reinternado ao comer algo muito salgado. Desta forma, o cuidado da equipe multidisciplinar, que vai instruir o paciente em todos os contextos, é fundamental. 

Interação com o Cardiologista do Paciente

O Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca do Hospital SOS Cárdio não substitui o acompanhamento médico do cardiologista do paciente. Pelo contrário, destina-se ao suporte apenas no momento mais crítico. 

Assim, o Hospital comunica o médico do paciente e interage com ele, auxiliando na promoção da qualidade de vida do paciente desde a entrada na emergência, passando pela internação e seguindo por 90 dias após a alta. Tanto o paciente quanto o seu médico recebem, também, um documento com todas as ações adotadas junto ao paciente pelo Programa.

Benefícios de um Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca Personalizado

O atendimento médico personalizado, conduzido de acordo com o grau de insuficiência cardíaca de cada paciente, conta com muitos benefícios à saúde e à qualidade de vida. A seguir, selecionamos os principais deles:

1. Tratamento pró-ativo: 

A Insuficiência Cardíaca pode desencadear uma mudança na anatomia do próprio coração. Assim, um dos objetivos do tratamento é promover o retorno do coração à sua forma natural. No meio médico, isso é chamado ‘remodelamento reverso”: o retorno da anatomia do coração para formas estruturalmente mais eficazes. 

Através de uma conduta pró-ativa e personalizada, o médico consegue ajustar o tratamento de acordo com o que o paciente realmente precisa. Dessa forma, colabora para que o coração retome sua forma e função. Assim, reduz a necessidade de reinternações e sua duração, otimizando a recuperação.

2. Equipe Multidisciplinar

O acompanhamento multidisciplinar é de extrema importância para os pacientes que sofrem de Insuficiência Cardíaca. Orientações que envolvem outras esferas do cuidado, como Psicologia, Fisioterapia e Nutrição, por exemplo, podem colaborar com a adesão ao tratamento. Assim, contar com o suporte de uma equipe interdisciplinar assegura que todas as recomendações necessárias sejam fornecidas ao paciente, de forma personalizada.

3. Interação com o Cardiologista Clínico do Paciente

Uma vez finalizado o tratamento no Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca, é encaminhada uma carta para o Cardiologista Clínico do paciente. Existe uma comunicação entre ele e o médico que recebeu o paciente no Hospital SOS Cárdio. A proposta é que o Programa dê o suporte, mas não substitua o atendimento que o paciente já vem recebendo do seu Cardiologista.

4. Histórico do Paciente

O histórico do paciente fica registrado no Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca do Hospital SOS Cárdio. Todas as condutas de tratamento adotadas, orientações multidisciplinares, histórico de internações e eventuais intercorrências são armazenadas. Através desses registros, médicos e pacientes tem à disposição informações importantes para a condução do seu caso em intervenções futuras.

Focar na personalização do cuidado e na promoção de maior qualidade de vida aos pacientes que sofrem com o “coração fraco” é o propósito do Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca do Hospital SOS Cárdio. Ficou com alguma dúvida? Entre em contato conosco!

Sobre o autor: Dra. Luciana Eder Martins Barros Simoni (CRM 18066 | RQE 13705) é Cardiologista Clínica e Coordenadora do Programa de Cuidados em Insuficiência Cardíaca do SOS Cárdio, em Florianópolis/SC. Graduou-se na Universidade de Passo Fundo (UPF), possui residência em Clínica Médica pelo Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e residência em Cardiologia pelo Instituto de Cardiologia de Porto Alegre (IC-FUC). Faz parte do Corpo Clínico do Hospital SOS Cárdio desde 2016, quando passou a integrar a equipe responsável pelos pacientes internados na instituição.

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