Nutrição Hospitalar para Pacientes com Hipertensão

Cardiologia, Medicina, Nutrição, Saúde

A hipertensão é caracterizada pelo aumento da tensão que as paredes das artérias sofrem e exercem sobre o conteúdo de sangue no seu interior. Trata-se de uma condição clínica multifatorial, considerada o principal fator de risco para Infartos do Coração e Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC). Diante desse quadro, a nutrição hospitalar tem papel fundamental na dieta e orientação de para pacientes hipertensos 

Hoje, no Brasil, a hipertensão atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos e mais de 60% dos idosos. Além disso, contribui direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular.

Abaixo, a nutricionista Naiara de Souza Carvalho ((CRN 10 3805), do Hospital SOS Cárdio, fala mais sobre a relação dessa doença com a alimentação.

Como saber se sou Hipertenso?

A hipertensão é uma doença silenciosa. Na maior parte das vezes, os pacientes não apresentam sintomas. No entanto, em alguns casos, os sinais podem surgir, como:

  • Dores no peito (Angina);
  • Dor de cabeça e na nuca;
  • Tonturas;
  • Zumbido no ouvido;
  • Visão turva

A ausência de sintomas específicos faz com que o ato de aferir a pressão periodicamente seja ainda mais importante.

Aferindo a Pressão

Uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta pressão arterial em repouso acima de 140 x 90mmHg. Acima desse valor, a pressão é considerada muito elevada.

“É importante lembrar que esse valor independe da idade. Sendo assim, vale para pessoas de 20 ou 60 anos, por exemplo” –  Naiara de Sousa Carvalho, Nutricionista (CRN 10 3805).

Outro detalhe é a diferença entre pressão sistólica e diastólica. Quando o coração contrai, ele bombeia o sangue pelas artérias. Essa força é chamada de pressão sistólica (trata-se do número da frente, o mais alto) . Quando o coração relaxa, para que os átrios preencham os ventrículos de sangue novamente, temos a pressão diastólica (trata-se do segundo número, o mais baixo.

Exemplo:

Para uma pessoa com pressão de 120 x 80 mmHg.

Pressão sistólica: 120 mmHg

Pressão diastólica: 80 mmHg

“A pressão arterial de um atleta que corre em alta intensidade pode chegar até 22 x 80 mmHG naquele momento, e ser considerada normal. Significa que, por conta do esforço, o coração está bombeando sangue com mais força, mas ainda assim consegue relaxar normalmente entre os batimentos. Mais importante que a pressão sistólica é que a pressão diastólica não se altere” – Naiara de Sousa Carvalho, Nutricionista (CRN 10 3805).

O que provoca a hipertensão?

A Hipertensão pode ser provocada por alguns fatores, inclusive genéticos. Por isso, consultar o médico para verificar uma possível predisposição é fundamental.

No entanto, as razões para o crescimento dos números dessa doença reforçam também outros aspectos. A maioria deles, diretamente relacionados ao nosso estilo de vida, como:

  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Ingestão excessiva de bebidas alcoólicas;
  • Estresse;
  • Consumo excessivo de produtos industrializados e sal.

“A gordura abdominal e visceral, o excesso de bebidas alcoólicas, a falta de atividade física e o estresse podem desencadear reações inflamatórias, alterações hemodinâmicas e hormonais que contraem e/ou obstruem os vasos sanguíneos” – Naiara de Sousa Carvalho, Nutricionista (CRN 10 3805).

O consumo de alguns tipos de medicamentos anti-inflamatórios, anticoncepcionais, doenças congênitas, alterações na tireoide, na glândula suprarrenal e lesões nos rins também podem levar à Hipertensão.

Abaixo, nós discutiremos o papel da alimentação na hipertensão. Também, veremos como a equipe de Nutrição do Hospital SOS Cárdio elabora as dietas de pacientes Hipertensos.

Dieta para Pessoas com Hipertensão

Como vimos nesse texto, a equipe de nutricionistas do Hospital SOS Cárdio visita os  pacientes logo após a internação. Nessa consulta, os profissionais avaliam o estado nutricional de cada indivíduo. Além disso, avaliam os riscos de desenvolver alguma complicação associada à doenças crônicas e a outros problemas de saúde, como a hipertensão.

No caso de pacientes com hipertensão, o planejamento alimentar é ainda mais rigoroso. Na nutrição hospitalar, procuramos evitar ao máximo os alimentos industrializados e ricos em sódio (sal), que podem prejudicar e alterar a função dos rins.

Os rins são os órgãos responsáveis por eliminar toxinas do sangue através de um complexo sistema de filtração. Além disso, junto com a ação de glândulas e hormônios, eles também regulam o balanço hídrico, a quantidade de água no corpo. A ingestão exagerada de sódio (sal) faz com que o corpo retenha mais líquidos, aumentando ainda mais a pressão arterial.

“Em um paciente saudável, a ação dos rins costuma ser efetiva. Porém, a medida que o tempo passa, o funcionamento do sistema pode ser prejudicado. Por isso, a dieta para o paciente com hipertensão deve ser hipossódica. Isso auxilia na redução da retenção de líquidos, formação de edemas e preservação dos rins, vias urinárias, mucosas do estômago e absorção de nutrientes” – Naiara de Sousa Carvalho, Nutricionista (CRN 10 3805).

Nutrição Hospitalar de Pacientes com Hipertensão

De forma resumida, além de reduzir a adição de sal no preparo e na hora de servir, outros cuidados podem ser adotados. Por isso, no Hospital SOS Cárdio, a nutrição hospitalar de pacientes com hipertensão segue os seguintes parâmetros:

A equipe de Nutrição Hospitalar do Hospital SOS Cárdio ainda realiza o trabalho de preparação dos pacientes com hipertensão na volta para a casa. Fornece materiais de instrução e está disponível para futuras orientações sobre alimentação e saúde.

Uma boa Nutrição pode lhe auxiliar a viver com mais disposição e com melhor qualidade. Assim, siga as orientações da equipe de nutrição hospitalar também em casa. Cuide da sua saúde por inteiro!

Sobre a autora: Naiara de Sousa Carvalho (CRN 10 3805) é Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso UFMT/2006. Possui pós-graduação em Nutrição Clínica pelo Ganep (Grupo de Apoio a Nutrição Enteral e Parenteral) em 2008 e Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul UNICSUL 2014. É Supervisora do Setor de Nutrição e Dietética no Hospital SOS Cardio.

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