Ablação Epicárdica: Excelência e Segurança no Hospital SOS Cárdio

Eletrofisiologia

A Ablação Epicárdica revolucionou o tratamento de problemas graves ligados à alterações do ritmo do coração, como a Taquicardia Ventricular e a Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito. Doenças que, em muitos casos, têm a morte súbita como o primeiro sintoma.

A técnica foi descrita pela primeira vez em 1995 pelo médico brasileiro Dr. Maurício Scanavacca (CRM/SP: 33.507), do Instituto do Coração (InCor). E teve a colaboração do médico Dr. André d’Ávila (CRM 4797 / RQE 3689), Diretor do Serviço de Arritmia do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis.

Abaixo, nós iremos explicar como a Ablação Epicárdica foi desenvolvida, quais são os seus benefícios e por que ela deve ser realizada em um centro hospitalar de alta complexidade, com uma equipe de cardiologia experiente, como o Hospital SOS Cárdio.

Desenvolvimento

De início, a Ablação Epicárdica foi criada como forma de solucionar as Taquicardias Ventriculares relacionados a pacientes com Doenças de Chagas. Os médicos brasileiros perceberam, ainda na década de 1990, que os métodos tradicionais de Ablação, por algum motivo, não surtiam os mesmos efeitos nesses pacientes. Especialmente quando comparados com pessoas que sofriam de Taquicardias Ventriculares com origens diferentes, como os infartos, por exemplo.

A ablação tradicional é realizada através das veias e artérias da virilha. Com pequenas punções, os médicos inserem na veia e artéria femoral do paciente um cateter (cabo fino e flexível de alta tecnologia), que chega até a cavidade interna do coração. Uma vez lá, é realizada a cauterização, por radiofrequência, das células e circuitos que estão provocando a arritmia.

“Na ablação tradicional, os médicos identificam e cauterizam os circuitos localizados na parede interna do coração, o endocárdio. O que nós percebemos é que, em alguns problemas como a Doença de Chagas, o circuito que causa a arritmia pode estar localizado mais próximo a parede externa do órgão, na região epicárdica” – Dr. André d’Ávila (CRM 4797 / RQE 3689), é Diretor do Serviço de Arritmia do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis.

Uma vez que a parede interna do coração é muito espessa, ela pode impedir a cauterização das fibras e circuitos que provocam a taquicardia. De acordo com o artigo Ablação Epicárdica de Taquicardia Ventricular na Cardiopatia Chagásica Crônica”, do Dr. Maurício Scanavacca:

“Essa foi a hipótese inicial de trabalho para utilizarmos a abordagem percutânea subxifoide transtorácica para explorar o espaço pericárdico e identificar os pacientes com possíveis circuitos subepicárdicos.

Como é realizada a Ablação Epicárdica?

Diferente da ablação tradicional, na Ablação Epicárdica os cateteres que irão cauterizar os circuitos que provocam a arritmia devem chegar à parede externa do coração, o epicárdio.

Por isso, em vez de utilizar as veias e artérias da virilha como acesso, os médicos realizam uma punção no tórax do paciente. Essa punção é feita com uma agulha especial, com a ponta curva, na região do apêndice xifóide – entre o osso esterno e a borda inferior das costelas.

“Apesar de um pouco mais invasiva do que a Ablação tradicional, a Ablação Epicárdica não exige incisões no peito, nem a cisão do osso externo, como é feito na cirurgia cardíaca” – Dr. André d’Ávila (CRM 4797 / RQE 3689), é Diretor do Serviço de Arritmia do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis.

Indicações

De início, a Ablação Epicárdica foi utilizada em pacientes com Taquicardia Ventricular decorrente da Doença de Chagas. Hoje, porém, a técnica passou a ser aplicada em pacientes com diversas cardiopatias, nas quais a Ablação tradicional não apresenta resultados tão satisfatórios.

“Pacientes que possuem Taquicardia Ventricular, mas que não sofrem com doença isquêmica, tendem a possuir mais circuitos epicárdicos. A grande maioria das pessoas com Displasia Arritmogênica do Ventrículo Direito também devem realizar a ablação epicárdica. Até mesmo as pessoas que sofrem taquicardia ventricular decorrente de infartos podem necessitar da ablação epicárdica em vez da ablação tradicional” –  Dr. André d’Ávila (CRM 4797 / RQE 3689), é Diretor do Serviço de Arritmia do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis.

Limitações e cuidados

Hoje, a técnica de Ablação Epicárdica desenvolvida no Brasil é realizada em todo mundo com ótimos resultados. As limitações costumam acontecer por conta de três aspectos anatômicos:

  • A presença de artéria coronária epicárdica;
  • A presença de uma espessa camada de gordura na região;
  • O risco de produzir lesão em tecidos vizinhos, como o nervo frênico.

Assim, mesmo com ótimos resultados, a realização da Ablação Epicárdica exige certos cuidados. Para que o procedimento seja realizado com segurança, ele deve ser feito em um ambiente hospitalar de alta complexidade, com estrutura cardiológica e cirúrgica completa. E, é claro, por uma equipe experiente – como no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis.

Sobre o autor: Dr. André Luiz Buchele d’Ávila (CRM 4797 / RQE 3689), é Diretor do Serviço de Arritmia do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 1988. Realizou a Residência Médica na Universidade de São Paulo (1989 – 1992). Possui Doutorado em Arritmia Cardíaca pela Universidade de São Paulo (1999) e Pós-Doutorado no Massachusetts General Hospital – Boston – Harvard Medical School (2002). Foi Médico-assistente do Massachusetts General Hospital (2004 a 2009) e Co-Diretor do Serviço de Arritmia do Mount Sinai Hospital de Nova Iorque (2010 – 2013).

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