O exame de Holter 24h consiste em uma importante ferramenta para avaliar a atividade elétrica do coração ao longo de um dia inteiro. Ele fornece informações cruciais para o diagnóstico de arritmias cardíacas e outras irregularidades cardiológicas. 

Neste artigo, o Dr. Alexander Romeno Janner Dal Forno (CRM/SC 13143 | RQE 9707) explicará em detalhes o que é o exame de Holter, como ele funciona e qual é a sua importância para a saúde cardíaca.

O que é o exame de Holter 24h?

O exame de Holter 24h, também conhecido como eletrocardiograma 24h, é uma avaliação capaz de monitorar a atividade do coração durante um período de 24h. Ele permite acompanhar o comportamento cardíaco do paciente ao longo de um dia normal da sua rotina, inclusive durante o sono. Diferentemente de um eletrocardiograma tradicional, que dura apenas alguns minutos, o Holter oferece informações mais amplas.

Por que o exame de Holter 24h é solicitado?

Existem várias queixas e suspeitas que podem levar um médico a solicitar a realização do exame de Holter 24h:

• Pacientes com queixas de palpitação ou arritmia;
• Portadores de marcapasso;
• Acompanhamento de pacientes com problemas cardíacos diagnosticados;
• Como exame complementar ao MAPA 24h, permitindo uma avaliação mais completa;
• Queixas de tontura ou desmaios frequentes;
• Fraqueza, cansaço excessivo e injustificado;
• Eletrocardiograma alterado, visando aprofundar a investigação.

Como é feito o exame?

O exame de Holter 24h é completamente indolor e não invasivo. Ele é realizado pela fixação de eletrodos no tórax do paciente, que estão conectados a um aparelho preso à cintura ou a tiracolo. Enquanto os eletrodos medem o funcionamento do coração, o aparelho registra as informações. O paciente é então liberado para realizar suas atividades normais durante as 24h de monitoramento.

Preparação para o exame de Holter 24h

Antes do exame, é importante seguir algumas orientações:

1. Evite aplicar cremes, pomadas ou hidratantes na região do tórax para não dificultar a fixação dos eletrodos.
2. Tome um banho antes de colocar o aparelho, pois ele não pode ser molhado até sua retirada.
3. Em alguns casos, pode ser necessário depilar áreas do peito para facilitar a fixação dos eletrodos.
4. Não interrompa o uso de medicações, a menos que seja indicado pelo médico.

Durante o exame

Durante as 24 horas de monitoramento, é indispensável:

• Evitar molhar o aparelho;
• Manter a programação normal do dia a dia para que o aparelho registre a condição de vida do paciente;
• Evitar o consumo de álcool e bebidas que contenham cafeína;
• Entrar em contato com a equipe assistente se os eletrodos se soltarem ou ocorrer algum problema que afete a avaliação;
• Registrar sintomas em um diário, juntamente com a hora em que ocorreram.

Quais doenças podem ser diagnosticadas?

O exame de Holter 24h é capaz de detectar uma variedade de alterações que afetam o ritmo e a frequência cardíaca, incluindo:

• Extrassístoles atriais ou ventriculares (batimentos extra que ocorrem nas câmaras do coração);
• Bloqueios do sistema de condução do coração;
• Bradicardia (ritmo cardíaco mais lento);
• Taquicardia (ritmo cardíaco acelerado).

Por meio dessas informações, os médicos podem fazer um diagnóstico preciso e elaborar um plano de tratamento adequado.

Conclusão

O exame de Holter 24h é uma ferramenta essencial para a avaliação da saúde cardíaca, oferecendo um panorama completo da atividade do coração ao longo de um dia inteiro. Se você ou alguém que você conhece precisa fazer esse exame, agora você tem um entendimento mais abrangente de como ele funciona e para que serve. Certifique-se sempre de seguir as orientações do seu médico para obter os melhores resultados possíveis!

Sobre o autor: Dr. Alexander Romeno Janner Dal Forno (CRM/SC 13143 | RQE 9707) é um cardiologista e eletrofisiologista do Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis/SC. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), especialização em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM/AMB), especialização em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC/AMB) e especialização em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva pela Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (SOBRAC).