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Cirurgia de Tireoide: opções de tratamento

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Neste post, o cirurgião de Cabeça e Pescoço Dr. Acklei Viana (CRM 11656 / RQE 11538) explica sobre a cirurgia de tireoide. No texto, você saberá sobre as técnicas cirúrgicas, os riscos da cirurgia, como é a recuperação e muito mais. Boa leitura!

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta, localizada na região anterior pescoço, logo abaixo do pomo de adão. Ela é responsável pela liberação dos hormônios T3 e T4, que regulam as funções de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.

“Os hormônios da tireoide atuam diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e de adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional.” Dr. Acklei Viana, Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CRM 11656 / RQE 11538).

Alguns problemas de saúde estão diretamente relacionados às alterações no funcionamento da tireoide, como o hipotireoidismo (liberação reduzida de hormônios)  e o hipertireoidismo (liberação excessiva de hormônios). Outras disfunções, no entanto, podem trazer prejuízos e riscos às pessoas, sem necessariamente interferir nas funções hormonais. É o que veremos a seguir.

Nódulos e Câncer de Tireoide

Os nódulos na tireoide são relativamente comuns. Estudos indicam que cerca de 40% das mulheres desenvolvem essa característica – geralmente por conta de fatores hormonais e genéticos. Em cerca de 5% dos casos, os nódulos são cancerosos.

Já os homens possuem três vezes menos chances de desenvolverem nódulos na tireoide do que as mulheres. Porém, quando isso acontece, os riscos de câncer são maiores.

“O câncer da tireoide pode ser considerado o mais comum da região da cabeça e pescoço. Quando detectado, o tratamento é cirúrgico. A tireoidectomia total ou parcial é o tratamento de escolha.” Dr. Acklei Viana, Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CRM 11656 / RQE 11538).

Os nódulos benignos, por sua vez, mesmo que não represente um risco à saúde, podem prejudicar significativamente a qualidade de vida das pessoas. O crescimento exagerado da tireoide (ou de uma parte dela) pode provocar compressão das estruturas cervicais. Assim, pode gerar desconforto físicos e, até mesmo, estéticos. Também nesses casos, a cirurgia de tireoide pode ser indicada.

“No geral, a tireoide tem um volume de 15cm³. Porém, há casos de glândulas que chegam a ter mais de 500 cm³. Nessa situação, o paciente pode não conseguir mais ingerir alimentos sólidos.” Dr. Acklei Viana, Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CRM 11656 / RQE 11538).

Fatores de Risco

Antigamente, as alterações na tireoide costumavam estar relacionadas à deficiências nutricionais de iodo. Hoje, as mutações genéticas espontâneas e de origem familiar são as principais causas.

A exposição constante à radiação, como no caso das pessoas que trabalham com equipamento de Raio X ou que precisam se submeter à tratamentos de radioterapia, também é um fator de risco.

Cirurgia de Tireoide

De acordo com a avaliação médica, a cirurgia de tireoide (tireoidectomia) pode ser total ou parcial (lobectomia). Em ambos os casos, o procedimento é realizado com anestesia geral e costuma durar cerca de uma hora e meia.

As principais indicações para a cirurgia são:

Tradicionalmente, a cirurgia de tireoide é realizada através de uma pequena incisão no pescoço, por onde o médico pode observar e retirar a glândula. Em alguns casos, os cirurgiões também fazem a retirada de linfonodos para evitar metástases.  

Riscos da Cirurgia de Tireoide

A cirurgia de tireoide não costuma oferecer grandes riscos. Porém, deve ser realizada com bastante cuidado. A tireoide encontra-se próxima a estruturas importantes, como as artérias carótidas, os nervos das cordas vocais e outras glândulas. Procurar um médico especialista no assunto é muito importante.

“A dissecção da tireoide é feita de forma meticulosa para preservar o nervo laríngeo recorrente, responsável pela fala, e as glândulas paratireoides, que regulam o metabolismo do cálcio.” Dr. Acklei Viana, Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CRM 11656 / RQE 11538).

Equipamentos modernos, como pinças ultrassônicas e monitores de nervos, permitem identificar as estruturas sensíveis ao redor da glândula e preservá-las. Assim, aliados à experiência cirúrgica, os novos recursos diminuem os antigos riscos de sequelas.

No entanto, mesmo com todos os cuidados, é normal que a manipulação da área do pescoço provoque algumas reações temporárias. As principais são:

Essas condições são temporárias e retornam ao normal com a recuperação pós-cirúrgica do paciente.

Reabilitação

A recuperação da cirurgia de tireoide costuma ser rápida e sem complicações. Na maioria das vezes, os pacientes permanecem internados no hospital por apenas 24 horas. A volta para casa costuma acontecer no dia seguinte.

Na primeira semana, os médicos não recomendam atividades que exijam esforço físico intenso. Especialmente aquelas que envolvam movimentos com o pescoço, pois podem provocar inchaços e sangramentos no local da incisão.

Após a primeira semana, a maior parte dos pacientes pode retomar as atividades gradativamente. As atividades físicas intensas são liberadas entre 15 e 30 dias após a cirurgia, de acordo com avaliação médica.

“O médico também pode prescrever analgésicos e anti-inflamatórios para dor durante a internação e no momento da alta. O paciente também fica com um curativo no pescoço, para evitar o contato com bactérias e proteger do sol.” Dr. Acklei Viana, Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CRM 11656 / RQE 11538).

Os pacientes devem evitar molhar o curativo por alguns dias. Ele será retirado pelo seu cirurgião no momento do retorno ao consultório.

Viver sem Tireoide

Naturalmente, as pessoas que são submetidas à retirada total ou parcial da tireoide deixam de produzir (ou produzem menos) os hormônios tireoidianos. Hoje, no entanto, existem alguns remédios que substituem e executam as mesmas funções dos hormônios naturais.

Estes medicamentos devem ser tomados por toda a vida, mas sempre com orientação médica. O acompanhamento profissional é importante para evitar problemas como o hipotireoidismo.

Novas Técnicas

Além da dependência dos hormônios sintéticos, a cirurgia tradicional da tireoide deixa uma cicatriz fina no pescoço, de 3 cm à 10 cm. No entanto, novas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas podem remover os nódulos sem comprometer a função da glândula – e sem deixar marcas.

As principais técnicas minimamente invasivas da cirurgia de tireoide são:

Radioablação de Tireoide:

Pode ser utilizada para nódulos benignos. Nela, o médico utiliza uma agulha com radiofrequência, muito delicada, para cauterizar e destruir o nódulo. O procedimento é monitorado em tempo real por ultrassom e com anestesia local. Nesse tipo de abordagem cirúrgica, a internação hospitalar é muito rápida. O paciente costuma retornar para casa em 12 horas. Além disso, a radioablação da tireoide não deixa cicatriz cervical e não altera a função hormonal da glândula. Dessa maneira, o paciente não precisa usar medicamentos para a reposição hormonal.

Cirurgia Transoral:

Nessa técnica, em vez da incisão no pescoço, os médicos realizam a tireoidectomia através de acesso na parte interna do lábio do paciente. A cirurgia transoral é realizada por vídeo. Pode ser utilizada em casos de câncer de tireoide e não deixa cicatrizes no pescoço.

Para saber mais sobre a cirurgia de tireoide, entre em contato conosco!

Sobre o autor: Dr. Acklei Viana (CRM 11656 / RQE 11538) é médico graduado pela Universidade Federal de Santa Catarina, com formação em Cirurgia Geral pelo Hospital Universitário da mesma Universidade. Possui especialização em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pelo Hospital Heliópolis, em São Paulo, e é Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. É cirurgião do Hospital SOS Cárdio e atua desde 2014 na equipe NICAP.

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